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Escolas do Rio apostam em turno extra e aplicativos para driblar perda de conteúdo na pandemia

Com volta às aulas presenciais, colégios correm atrás de alternativas para repor aulas e nivelar alunos

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Rio de Janeiro

Com o retorno das aulas após um ano de pandemia e ensino remoto, parte das escolas particulares têm apostado em aulas de reforço no contraturno para repor os conteúdos perdidos e colocar todos os alunos na mesma página. Outras foram atrás de aplicativos, podcasts e gamificação para evitar a defasagem e evasão escolar.

No Rio de Janeiro, o Colégio Daltro desde março adota o modelo híbrido pela manhã, e, à tarde, os alunos têm mais duas aulas online, de português e matemática, duas vezes na semana.

"Pensamos em uma forma de resgate dos conteúdos que não foram bem internalizados em 2020. Estamos atendendo todos os alunos, por série, nesse turno extra, sem custo adicional para as famílias, a princípio, até dezembro", explicou a diretora pedagógica, Rosália Aiva.

Segundo a escola, com unidades na zona oeste (Taquara e Recreio) e zona norte (Méier), a iniciativa já está dando resultados. "Está refletindo diretamente nas notas dos alunos nos bimestres", afirmou Aiva.

Já no Força Máxima, da zona norte e Baixada Fluminense, a opção foi uma aula extra, chamada de "revendo 2020", que começou junto ao ano letivo.

"Adotamos aulas gravadas dos principais conteúdos base de cada série para auxiliar os alunos a assimilar os conteúdos das séries seguintes. Ou seja, um aluno que está no sétimo ano vai ter disponível as disciplinas do sexto ano para que ele consiga acompanhar com mais facilidade o que está sendo dado agora", explica o diretor Felipe Domingos.

Outras escolas apostaram em novas tecnologias para ajudar os alunos a não perder o conteúdo no segundo ano da pandemia.

O Colégio Curso Fator, em São João do Meriti, na Baixada Fluminense, primeiro desenvolveu o seu braço digital, o Fator On, que é um curso regular, mas remoto. Depois, viu que precisava de mais para estimular os estudantes em preparação para o vestibular

Então, firmou parceria com uma plataforma de educação chamada TutorMundi. Através dela, os alunos têm acesso a tutores de várias universidades brasileiras, sem precisar agendar, 24 horas por dia e 7 dias por semana.

"Identificamos melhoras positivas no comportamento e desenvolvimento deles, nivelando a aprendizagem", afirma Rafael Lima, professor e fundador da instituição. "Os professores conseguem ter mais tempo para passar o conteúdo das aulas e os alunos passaram a selecionar melhor as dúvidas que tiram com os professores no fim da aula e com o tutor na plataforma."

Já no Santo Inácio, um dos mais tradicionais do Rio, alguns projetos nascidos na crise sanitária vieram para ficar no pós-Covid.

Um deles é o Wordwall. Adotado no começo da quarentena, a plataforma virou uma aliada no processo de alfabetização. Com ele, as professoras criam atividades em formato gamificado (caça-palavras, jogo da memória e quiz, por exemplo). As crianças aprendem o conteúdo de forma lúdica.

Em Matemática, outra ferramenta de gamificação, o Mangahigh, passou a fazer parte da rotina do ensino fundamental. A plataforma mostra aos professores o tempo demorado para a realização das tarefas. As atividades também são programadas de forma personalizada de acordo com o rendimento do aluno —a inteligência artificial identifica, a partir dos erros e acertos, o nível de cada um.

Em abril, a pedido dos próprios estudantes, professores de biologia criaram o BioCast CSI, podcast com pílulas de conteúdo para revisão de tópicos da disciplina.

O colégio, que fica em Botafogo (zona sul), também tem adaptado o conteúdo para a linguagem das redes sociais.

Um exemplo: alunos recriaram clássicos da literatura, como "Capitães da Areia", de Jorge Amado, e "Dom Casmurro", de Machado de Assis, a partir de como eles se identificariam e agiriam nas redes sociais hoje. Depois de estudarem a obra, montaram perfis dos personagens no Instagram e no Twitter e trocaram mensagens simulando diálogos que se encaixavam no enredo.

Também tem a Gigi Blogueirinha das aulas de história. Criada há três anos, a personagem perde seguidores por fazer postagens em redes sociais que contêm erros históricos. A figura surge inclusive em provas para que os alunos corrijam seus equívocos.

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